domingo, 23 de janeiro de 2011

Indisciplina

Postado por Érica às 16:32
A indisciplina como aliada


Ela atrapalha e incomoda, mas se for trabalhada de forma adequada pode ajudá-lo a conquistar a turma neste novo ano.

Ano novo, novos desafios. O maior deles, provavelmente, é conquistar a turma, fazê-la produzir mais do que o esperado, criar condições para que todos aprendam. Por isso, preparamos duas reportagens para começar as aulas com o pé direito. Veja aqui sugestões para transformar o pátio num verdadeiro ambiente educativo, capaz de reduzir a agressividade dos estudantes e ajudá-los a se tornar mais participativos e menos indisciplinados, o tema desta página.



Como lidar com os grupinhos que não param de conversar e não participam das atividades? E com os que, semana após semana, deixam de fazer a lição? Sem falar nos problemas mais graves, como a falta de respeito dentro da classe, os xingamentos e, o pior, as agressões verbais e físicas.

Autoridade se constrói



É impossível falar de indisciplina sem pensar em autoridade. E é impossível falar de autoridade sem fazer uma ressalva: ela não é dada de mão beijada, mas é algo que se constrói. Ou seja, ter autoridade é muito diferente de ser autoritário (leia o quadro abaixo). Dizer "não faça isso", ameaçar e castigar são atitudes inúteis. O estudante precisa aprender a noção de limite e isso só ocorre quando ele percebe que há direitos e deveres para todos, sem exceção.





   Um professor autoritário...                              Um professor com autoridade...


...exige silêncio para ser ouvido;                         ...conquista a participação com atividades pertinentes;

...pede tarefas descontextualizadas;                      ...mostra os objetivos dos exercícios sugeridos;

...ameaça e pune;                                                                    ...escuta e dialoga;

...quer que a classe aprenda do jeito              ...procura adequar os métodos às necessidades da turma;
que ele sabe ensinar;      

...não tem certeza da importância do                    ...valoriza o conteúdo de sua disciplina na
 que está ensinando;                                                   construção do conhecimento;


...quer apenas passar conteúdos;                    ...adapta os conteúdos aos objetivos da educação e                                                                                            realidade do aluno;

...vê o aluno como um a mais.                                   ...vê o aluno como um ser humano.


O professor precisa desempenhar seu papel o que inclui disposição para dialogar sobre objetivos e limitações e para mostrar ao aluno o que a escola (e a sociedade) esperam dele. Só quem tem certeza da importância do que está ensinando e domina várias metodologias consegue desatar esses nós.

"A indisciplina é uma das maneiras que as crianças e os adolescentes têm de comunicar que algo não vai bem". Por trás de uma guerra de papel podem estar problemas psíquicos ou familiares. Ou um aviso de que o estudante não está integrado ao processo de ensino e aprendizagem, Cintia Copit Freller, professora de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da USP. O truque é transformar a contestação em aliada, dando atenção ao jovem e ajudando-o a entender o que o incomoda.

"Quando há relacionamento afetuoso, qualquer caso pode ser revertido em pouco tempo", afirma Tânia Zagury, psicóloga e pesquisadora em educação.


Como enfrentar os "rebeldes":

Esqueça a imagem do aluno "ideal";
Observe a criança e o grupo com atenção; Procure criar situações, com histórias ou brincadeiras, que levem a turma a refletir sobre o comportamento de um ou mais colegas, sem expô-los;
Converse com os que atrapalham a aula, ouvindo suas razões; Não abra mão do objeto de seu trabalho, que é o conhecimento;
Não rotule o aluno, em hipótese alguma; Diferencie as aulas, evitando rotinas;
Esclareça as conseqüências para a aprendizagem das atitudes consideradas inadequadas; Lembre-se de que os conteúdos podem ser atitudinais, e não apenas factuais e conceituais.

"É nossa função dizer à turma tudo o que cabe a ela para facilitar o ensino", diz. "Em contrapartida, devemos mostrar empenho em fazer todos aprenderem. Só assim os jovens encontram sentido nos conteúdos e participam mais."

Com responsabilidade, todos devem dizer o que querem e o que não querem que aconteça neste ano letivo que se inicia. Vale a pena redigir essa carta de intenções. Pode chamar de contrato mesmo, ou de combinado. As regras podem valer para o ano todo ou para uma atividade específica. Como em todo diálogo, esse também pressupõe a possibilidade de rever posições, se necessário. Assim, todos vão incorporar e cumprir as normas de conduta. E a indisciplina, que antes incomodava, se transforma numa grande aliada.



Fonte: Revista Nova Escola

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